Tuesday, March 28, 2006

O que tiver que ser... será.

Ele era um cara que gostava de estar nos lugares badalados, fazer novas amizades, vestir roupas "de bacanas", estar na moda... Vaidoso, cuidava da aparência, gostava de ser elogiado e chegava até a ser considerado exibicionista por isso. Mas não era bem assim. Sua profissão: modelo de uma grife famosa, de uma agência famosa. Bonito, simpático, bem-humorado, sempre com um sorriso no rosto.
Ela: passava horas lendo algum livro ou tirando sons de seu violão. Reservada, não gostava de chamar a atenção de ninguém aonde estivesse. Bonita e inteligente, porém gostava apenas de ser lembrada apenas pela primeira qualidade. Não gostava de nada que estava na moda ou na mídia. Não fazia a menor questão de se sentir bonita, atraente. Sua mãe sempre brigava com ela, dizendo que andava muito "largada"... Mas era o seu jeito punk de ser e ela gostava disso.
Embora, aparentemente não tivessem nada a ver um com o outro, um dia, sem querer, se encontraram no metrô. Seguiram o mesmo caminho até saírem da estação. A chuva caía como em tantos temporais típicos de verão na cidade. Ficaram presos.
Ela perguntou que horas eram. Ele apenas respondeu, mas aquele jeito de se vestir, aqueles olhos, a voz... enfim... aquela garota baixinha, cabelos compridos, de jeans, All Star e camiseta branca chamou a atenção daquele loiro, de olhos azuis, alto, de Forum, Nike e Ellus. Ele começou uma conversa de como quem não quer nada, apenas deixar de lado o aborrecimento causado pela enchente.
Quando se deram conta, já tinham trocado telefone, e-mail e msn. Não demorou muito para se encontrarem mais uma vez. E outra, e outra, e mais outra... Não haviam percebido que estavam gostando daquela amizade. Parecia até necessidade.
Passados alguns meses, a admiração que sentiam um pelo outro foi crescendo... Não demorou muito pra que acontecesse o primeiro beijo... Pareciam que ouviram sinos e viram estrelas... Foi meio sem querer, ao acaso... Ficaram sem jeito... Mas resolveram tentar novamente. Dois sorrisos brotaram dos lábios que se afastavam lentamente... A paixão havia chegado.
E foi crescendo, e crescendo, e crescendo à medida que os anos se passavam.... Virou amor...
História fictícia. Qualquer semelhança terá sido mera coincidência.
Momento de histeria: "O amor é cego, surdo, mudo... e louco!!!"

Saturday, March 11, 2006

Pra pensar...

Difícil agora não falar da minha vida pessoal... Melhor: difícil não falar do novo emprego e não perceber alguns problemas como venho retratando há algumas postagens... Desculpem-me, caros (e poucos) leitores, mas desta vez, não será diferente. Portanto, caso não queira ler algo sobre um trabalho de um defasado sistema público educacional, pare agora...
O fato de o governo querer que pessoas portadoras de necessidades especiais (termo este ainda considerado pejorativo pelos especialistas no assunto) tem causado certo desconforto em grande parte não só dos professores, mas também em alguns alunos considerados pela sociedade de "normais".
Isso porque os professores terão que voltar a estudar (que me desculpem os colegas de profissão, mas muitos deles não gostariam de fazê-lo) para atender a esta nova demanda da sociedade. Talvez porque, se já era considerado difícil lidar com salas numerosas, e, em pouco tempo tentar ensinar o mínimo necessário (seja para o vestibular, seja para o mercado de trabalho, enfim... isto não vem ao caso agora), agora, parece que a dificuldade aumentou. Pois a atenção deve ser redobrada.
Não que eu seja particularmente contra a idéia de o governo querer incluir esta população nas escolas regulares, contudo, a maneira como está sendo feita não agrada... De uma maneira atropelada, de qualquer jeito... Sem falar que não há investimento nenhum nos professores ou pessoas que irão atendê-los. Tudo bem, os próprios educadores poderiam buscar novos conhecimentos e procurar apoio especializado para aprender a lidar com os vários tipos de deficiência. Mas muitos alegam falta de tempo, dinheiro e desinformação quanto aos locais que oferecem os cursos de capacitação. Até que ponto é verdade, não sei.
Mas a questão central não é essa. A questão é: será que este tipo de atitude por parte do governo é acertada? Será que teremos que viver constantemente sob leis que nos obrigam a reservar locais para deficientes, idosos e gestantes? Será que sempre haverá a necessidade de garantir cotas nas universidades para afro-descendentes e alunos advindos de famílias de baixa renda? Será que uma escola só aceitará um aluno deficiente porque a lei obriga? Será que esta medida do governo não é exatamente para chocar a sociedade? Será que teremos que viver assim, sempre mediante o choque para tomarmos consciência das questões sociais que nos cerca?
Em outras palavras, até quando teremos que conviver com a estupidez do preconceito? E não adianta dizer que não, porque somos (digo isso, porque cada um de nós tem dentro de si uma pontinha de preconceito...) preconceituosos. Infelizmente...
Então, fica a pergunta: Quando seremos capazes de conviver com as pessoas de uma maneira humana? Daqui a dez, onze, vinte, cinqüenta, cem, duzentos anos? Ou a partir do momento que tomarmos consciência de que o que nos torna único e especial é exatamente o fato de sermos diferentes, não só na cor da pele, olhos, cabelos, mas também nas maneiras de pensar, ser, agir e sentir?
Momento de histeria: "Nós sempre achamos que a nossa maneira de enxergar as coisas é a melhor, por isso temos dificuldades de aceitar outros modos de viver". (Autor desconhecido)