Wednesday, May 07, 2008

Armagedon, Apocalipse, Nirvana... não importa

Caos. É o que vivemos hoje.
Tem gente que acredita que o fim do mundo acontecerá com a colisão de um meteoro contra o planeta. O fim dos tempos está sob nossas vistas e não nos demos conta ainda!
A natureza tem dado sinais constantes. Quer prova maior que os terremotos nos últimos anos? E os furacões, maremotos? As chuvas torrenciais, as enchentes, a seca. A natureza tem mostrado toda a força que tem. Mesmo assim, a desrespeitamos, com as indústrias movidas pelo comércio; cobrimos a terra com cimento e asfalto, sujamos os rios com nosso lixo cotidiano.
Os homens estão se matando em guerras absurdas pelo dinheiro e poder. O trânsito caótico, a poluição, a falta de atendimento médico, a educação esquecida. A desestrutura familiar, os seqüestros relâmpagos, a guerra do tráfico.
As pessoas estão morrendo com doenças que podem ser prevenidas com medidas de consciência e educação, nas filas de hospitais, por bala perdida, brigas no trânsito ou na balada.
A ciência cria armas de destruição em massa. Está preocupada em criar clones de animais e seres humanos ao invés de curas por doenças graves que matam milhões de pessoas por ano.
Já não temos tempo para nossas crianças - que estão cada vez menos inocentes -, não nos divertimos, não rimos. Não dizemos "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite". Apenas trocamos olhares desconfiados e passamos rápido. Corremos o tempo todo e nos escondemos sob altos muros.
Aonde vamos parar? O meteoro somos nós!!!

Momento de histeria: "Não fiquemos procurando ETs! Nós somos os aliens!!!"

Tuesday, May 06, 2008

Um dia quero ser índio

Decidi que quero ser índio. Não o índio de hoje, que veste roupas, usa celulares, dorme em camas, vive sob tetos de concreto, tem celulares e TV a cabo.
Quero ser o índio que só conheci pela televisão quando criança, dos livros de História do Brasil, dos confins do Xingu. Isso mesmo, aquele que se pintava, caçava, dançava e seguia as antigas tradições e rituais.
Que não precisa se preocupar o tempo todo com o relógio, que não precisa correr para não perder o ônibus, ou trabalhar horas dentro da empresa para pagar as contas no fim do mês.
Quero ser aquele índio que brinca, que divide, que tem tempo para ficar com as crianças. Que canta e dança, que come frutas frescas tiradas do pé, que se alimenta da comida saudável que planta.
Quero ser aquele "animal" que é muito íntimo da natureza, que não conhece maldade, não conhece corrupção e não se vendeu às luxúrias do capitalismo.
Quero ser aquele índio que não existe mais, que é inocente, é puro. Quero ser aquele índio que pode sonhar ao invés de se preocupar. Que é verdadeiramente feliz.

Momento de histeria: Não poderia deixar apenas uma frase. Tem que ser a música inteira. Diz tudo. E mais um pouco.


Índios (Legião Urbana)
Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais por não ter nada a dizer

Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês -
É só maldade então, deixar um Deus tão triste.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do inicio ao fim
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado por ser inocente.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.