Saturday, March 11, 2006

Pra pensar...

Difícil agora não falar da minha vida pessoal... Melhor: difícil não falar do novo emprego e não perceber alguns problemas como venho retratando há algumas postagens... Desculpem-me, caros (e poucos) leitores, mas desta vez, não será diferente. Portanto, caso não queira ler algo sobre um trabalho de um defasado sistema público educacional, pare agora...
O fato de o governo querer que pessoas portadoras de necessidades especiais (termo este ainda considerado pejorativo pelos especialistas no assunto) tem causado certo desconforto em grande parte não só dos professores, mas também em alguns alunos considerados pela sociedade de "normais".
Isso porque os professores terão que voltar a estudar (que me desculpem os colegas de profissão, mas muitos deles não gostariam de fazê-lo) para atender a esta nova demanda da sociedade. Talvez porque, se já era considerado difícil lidar com salas numerosas, e, em pouco tempo tentar ensinar o mínimo necessário (seja para o vestibular, seja para o mercado de trabalho, enfim... isto não vem ao caso agora), agora, parece que a dificuldade aumentou. Pois a atenção deve ser redobrada.
Não que eu seja particularmente contra a idéia de o governo querer incluir esta população nas escolas regulares, contudo, a maneira como está sendo feita não agrada... De uma maneira atropelada, de qualquer jeito... Sem falar que não há investimento nenhum nos professores ou pessoas que irão atendê-los. Tudo bem, os próprios educadores poderiam buscar novos conhecimentos e procurar apoio especializado para aprender a lidar com os vários tipos de deficiência. Mas muitos alegam falta de tempo, dinheiro e desinformação quanto aos locais que oferecem os cursos de capacitação. Até que ponto é verdade, não sei.
Mas a questão central não é essa. A questão é: será que este tipo de atitude por parte do governo é acertada? Será que teremos que viver constantemente sob leis que nos obrigam a reservar locais para deficientes, idosos e gestantes? Será que sempre haverá a necessidade de garantir cotas nas universidades para afro-descendentes e alunos advindos de famílias de baixa renda? Será que uma escola só aceitará um aluno deficiente porque a lei obriga? Será que esta medida do governo não é exatamente para chocar a sociedade? Será que teremos que viver assim, sempre mediante o choque para tomarmos consciência das questões sociais que nos cerca?
Em outras palavras, até quando teremos que conviver com a estupidez do preconceito? E não adianta dizer que não, porque somos (digo isso, porque cada um de nós tem dentro de si uma pontinha de preconceito...) preconceituosos. Infelizmente...
Então, fica a pergunta: Quando seremos capazes de conviver com as pessoas de uma maneira humana? Daqui a dez, onze, vinte, cinqüenta, cem, duzentos anos? Ou a partir do momento que tomarmos consciência de que o que nos torna único e especial é exatamente o fato de sermos diferentes, não só na cor da pele, olhos, cabelos, mas também nas maneiras de pensar, ser, agir e sentir?
Momento de histeria: "Nós sempre achamos que a nossa maneira de enxergar as coisas é a melhor, por isso temos dificuldades de aceitar outros modos de viver". (Autor desconhecido)

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